O ano de 2010 já está quase acabando. E fim de ano cheira a retrospectiva. O momento de relembrar tudo de mais importante que aconteceu no ano que se passou e se preparar para o ano que está por vir.

E 2010 foi bem proveitoso para o mundo dos games. Tivemos grandes lançamentos para todos os consoles, a invasão dos sensores de movimento, colocando em cheque o tempo de vida dos controles convencionais, e o Brasil, definitivamente, passou a receber mais atenção das empresas e com isso muita coisa interessante também aconteceu por esses lados.

Pra relembrar tudo isso o Deu Tilt preparou essa retrospectiva gamer 2010. E como o assunto é bem extenso, a matéria será dividida em 3 partes, cada uma dedicada a um tema específico: “Os lançamentos”, “Os fatos” e “O Brasil dos games”.

Nessa primeira parte você confere os principais lançamentos de games em 2010 para todos os consoles. Claro que listar todos os jogos seria um trabalho extenso demais, por isso decidi dedicar um espaço apenas aos games que fizeram diferença. Apenas os melhores estão aqui. Aqueles que, gerando hype ou não, sintetizam muito bem o espírito de 2010 no mundo dos games.

Lembrando que essa é a apenas a primeira parte. Não se esqueça de voltar aqui nos próximos dias e conferir o restante da retrospectiva pra começar 2011 com o pé direito. Fica combinado assim?

Então vamos a revisão:



Bayonetta (X360/ PS3) – 05 de janeiro

Bayonetta foi lançado sobre o estigma de “clone feminino de Devil May Cry”. O que ninguém esperava é que a bruxa tivesse

algumas cartas na manga que nem Dante executaria tão bem. A beldade usa seus cabelos como arma, transformando-os em criaturas infernais, faz acrobacias no ar com facilidade, atira com precisão incrível e ainda mantém todo seu charme e sensualidade mesmo nos momentos mais tensos da trama. Nem parece que estamos falando de uma bruxa com mais de 500 anos, não é?






Mass Effect 2 (X360/PC) – 26 de janeiro

A continuação de Mass Effect foi lançada com imensa expectativa e não desapontou os fãs. Com diversas melhorias em relação ao seu antecessor, Mass Effect 2 trouxe gráficos revigorados, jogabilidade refeita e uma inteligência artificial bem mais… Inteligente. O game continua a história de Shephard, enquanto ele busca uma maneira de evitar o apocalipse . O enredo é dramático e continua sendo contado com o mesmo estilo cinematográfico e interatividade de seu antecessor. As decisões tomadas não alteram tanto a história principal, mas garantem uma experiência única e fazem com que o jogo se molde ao seu jeito. As side quests foram melhoradas e se tornaram menos genéricas e entediantes e as melhorias na jogabilidade apenas contribuem para tornar o game ainda mais proveitoso. Assim como seu antecessor, Mass Effect 2 é grandioso, envolvente e promove uma experiência diferente a cada jogador que se aventura nessa jornada.


Heavy Rain (PS3) – 23 de fevereiro

Exclusivo para Playstation 3, Heavy Rain é peculiar em diversos sentidos. O que mais chama atenção é sua jogabilidade, que utiliza apenas comandos relacionados ao contextos, fazendo com que você pressione os botões corretos no momento necessário, algo bem parecido com o que é visto em títulos como God of War. A diferença é que, em alguns casos o game te dá uma série de escolhas diferentes, cada uma levando a uma reação distinta e mudando completamente o desenrolar dos fatos seguintes. Outro ponto interessante é que, caso você erre os comandos e um personagem morra atropelado, por exemplo, a história continua, e o falecido nunca mais será visto ao longo do game, afetando alguns acontecimentos, mas garantindo uma experiência bem parecida com a vida real, onde não há continues. Apesar de inovador, Heavy Rain não é um título para qualquer jogador. Apenas os que procuram por uma experiência diferenciada e uma leve mistura de cinema com games, se sentirão totalmente atraídos pelo game.


Final Fantasy XIII (X360/PS3) – 09 de março

A franquia Final Fantasy tem feito experimentos a cada novo título lançado, desde seu décimo episódio. O resultado é que cada novo título se torna um divisor de águas, no estilo “ame ou odeie”. Com Final Fantasy XIII não foi diferente. Apesar dos belos gráficos, da história e personagens bem trabalhados, e de uma grande quantidade de gamers ter adorado o jogo, o fato é que não faltam críticas quanto a linearidade, a quantidade enorme de CGs e as mecânicas de gameplay que automatizavam boa parte das batalhas, deixando o jogador quase como um mero espectador. Controverso, mas belo, esse é Final Fantasy XIII, que, por ter suscitado diversas discussões, merece destaque dentre os lançamentos do ano.


God of War III (PS3) – 16 de março

A última parte da jornada de Kratos foi aguardada com pura expectativa. Terminar o segundo jogo com o espartano enfurecido desafiando os deuses nas costas de um titã que se encaminha ao Olimpo foi uma da sacadas mais inteligentes da Sony. God of War III tinha que ser incrível e tinha que fechar com chave de ouro a maior das tragédias gregas já vistas. E foi. O game possui um dos gráficos mais belos e bem trabalhados já vistos e traz um Kratos mais sanguinário, raivoso e em busca de vingança. Você continua usando suas lâminas para arrebentar e estraçalhar tudo que aparecer no seu caminho e aproveita momentos ainda mais sanguinários destripando completamente seus inimigos e um a um os deuses do Olímpo deverão cair sobre seus pés. God of War III é épico, brutal e um dos games mais lindos já criados, valendo a pena cada hype e expectativa gerada sobre ele, terminando a jornada de Kratos exatamente como ela deveria ser, como a maior das tragédias gregas.


Alan Wake (X360) – 18 de maio

“Um terror a la Sthephen King”, é assim que muitas análises definem Alan Wake. O game é um thriller psicológico de ação e que conta muito bem a história do escritor sem inspiração preso em meio a seus próprios pesadelos. Um dos destaques do game foi a ambientação, incrivelmente executada. É fácil perder alguns minutos apreciando a profundidade dos cenários e todo o cuidado em retratar com perfeição o clima das montanhas norte-americanas. A narrativa é outro ponto chave. Ter o próprio Alan contando sua história e a divisão do game em capítulos, como episódios de uma série de suspense, com direito a retrospectiva do último episódio, é sensacional. Se é fã de suspense e uma boa história com narrativa envolvente então Alan Wake é um jogo obrigatório para você.




Red Dead Redemption (X360/PS3) – 18 de maio

Produzido pela Rockstar, famosa pela série GTA e por outros games controversos como Bully (PS2), Red Dead Redemption foge do clima urbano dos outros games da empresa e leva o jogador ao velho oeste para uma aventura de faroeste incrivelmente bela em um mundo vasto, pronto para ser explorado. O enredo da caçada de John Marston ao seu ex-companheiro Bill Williamson, é simples mas ganha cada vez mais consistência e detalhes ao longo das missões extras e atividades paralelas que podem ser executadas, fugindo completamente da linearidade e dando o controle total do seu destino nas mãos do jogador. Pronto para um duelo?






Super Mario Galaxy 2 (Wii) – 23 de maio

O mascote da Nintendo já foi de tudo um pouco: Encanador, corredor, jogador de golfe, jogador de tênis, historiador e até lutador. E, como se não fosse o bastante, o bigodudo agora se destaca também como astronauta, em Super Mario Galaxy e Super Mario Galaxy 2. Não é preciso dizer muita coisa sobre esse game para te convencer o quão bom ele é. O game é cotado como o melhor jogo para Wii, desbancando até mesmo seu antecessor. Galaxy 2 ainda traz novos power ups, transformando Mario em abelha ou no fantasma Boo, gráficos melhorados e novos efeitos de gravidade pra você se aventurar pela galáxia enquanto tenta resgatar Peach das mãos de Bowser mais uma vez.




Metal Gear Solid: Peace Walker (PSP) – 08 de junho

Costa Rica, 1973, dez anos após os acontecimentos de Metal Gear Solid 3: Snake Eater. Novamente você controla Big Boss, que agora comanda um exército de militares sem pátria conhecidos apenas como “Militars sans frontieres” e que deve impedir um holocausto nuclear durante a guerra fria enquanto tenta descobrir os motivos que levaram sua mentora a trair sua pátria e lutarem até a morte em Snake Eater. O produtor Hideo Kojima retorna com outra grande história, um foco obsceno pelos detalhes e um excelente game de espionagem. Peace Walker ainda esconde tantos segredos que o jogador precisa dedicar umas 50 horas de jogo para descobrir todos eles. A história mostra como Big Boss, de um herói inesquecível, criou sua nação independente e rebelde de mercenários e se tornou um dos vilões mais respeitados e queridos do mundo dos games.




Dragon Quest IX (DS) – 11 de julho

“Em time que está ganhando não se mexe”. Foi seguindo essa máxima que a franquia Dragon Quest conquistou o Japão. Os games se destacam pela simplicidade em suas mecânicas de batalha e evolução de personagens, gráficos singelos e uma história que apela mais para a imaginação do jogador do que ao uso de cutscenes e tramas envolventes. O nono episódio da série conquistou os jogadores, que já o definem como o melhor Dragon Quest já criado. Aqui o foco é no multiplayer e no conteúdo pós-game, já que após terminar a aventura principal o jogador pode trocar mapas de tesouro e sair em uma jornada acompanhado por outros amigos. Seus personagens tem a disposição uma belo número de classes, cada uma com suas magias e habilidades únicas, podendo o jogador mudar de classe a qualquer momento a fim de dominar todas elas e construir personagens cada vez mais fortes. A aventura principal conta a história dos Celestrians, anjos protetores que cuidam dos humanos. Um belo dia o reino dos Celestrians foi atacado e agora cabe a você, um anjo caído e que perdeu suas asas, descobrir quem está por trás disso. Belos gráficos, personagens carismáticos e um gameplay simples e viciante fazem de Dragon Quest IX um dos melhores lançamentos de 2010.


Starcraft II: Wings of Liberty (PC/Mac) – 27 de julho

Os gamers brasileiros nutrem um carinho especial por Starcraft II. A Blizzard, criadora da franquia, nos deu um tratamento nunca antes recebido. Tivemos o privilégio de jogar Starcraft II totalmente traduzido para o português, e quando digo traduzido na verdade quero dizer “refeito”, não só as falas e textos estão na nossa língua nativa, mas também as cutscenes, que foram todas recriadas em português. Não bastasse isso, os brasileiros ainda tiveram um lançamento simultâneo junto com o resto do mundo. Nada de esperar, aproveitamos o game junto com o mundo todo. E o preço então? R$ 49,00 em um super lançamento como esse é pra ninguém botar defeito. Starcraft II segue a fórmula de seu antecessor, adicionando melhorias gráficas, sonoras e de interface. A experiência online é extraordinária, enfrentando oponentes em 5 níveis de dificuldade e os diversos modos de jogos garantem a diversão caso o jogador se canse do modo campanha. A atmosfera de ficção científica é envolvente e as cinematics são um verdadeiro show a parte. Com uma estrutura ampla e sólida, Starcraft II mostra que a Blizzard faz jus a toda fama que possui. O game é simplesmente robusto e ainda melhor do que o esperado. Enfim, a guerra em todo seu esplendor.


Metroid: Other M (Wii) – 31 de agosto

Diferente. Assim é Metroid: Other M. A mais nova aventura de Samus ficou bem diferente do que os jogadores esperavam. Apesar dos belos gráficos e de uma trilha sonora envolvente, a maior crítica foi quanto a nova personalidade fragilizada de Samus. A heróina tornou-se uma matraca que não para de falar por um minuto, vive em dilemas e crises existenciais e agora parece ter virado um cão treinado que só sabe seguir ordens. A imagem eternizada de Samus como uma caçadora de recompensas solitária, durona e que sempre termina sua missão, não importa o quão difícil ela seja acabou caindo por terra com este título, despertando a fúria dos fãs da série. Críticas a parte, Other M apresenta uma nova jogabilidade, com momentos de livre exploração em 3D e outros em que a ação se passa em side-scrolling, com movimentação 2D, como nos velhos tempos. A história se passar com Samus, contando suas memórias e elucidando, de uma vez por todas, como se tornou a caçadora de recompensas mais famosa do universo.


Professor Layton and the Unwound Future (DS) – 12 de setembro

A série Layton consagrou-se como uma das melhores quando o assunto é puzzle. O casamento perfeito da stylus com a mecânica dos quebra-cabeças foi grande responsável por isso. Unwound Future termina a primeira trilogia de Layton, contando como o professor e seu fiel escudeiro, Luke, viajaram para o futuro e salvaram Londres da destruição. Além dos puzzles, a franquia se destaca pela história bem elaborada e que tende a prender a atenção do jogador a medida em que este vai solucionando os quebra-cabeças para avançar na narrativa. Unwound Future é o bom e velho Layton, sempre disposto a te fazer exercitar seu cérebro enquanto encara os desafios mais divertidos do DS.


Halo: Reach (X360) – 14 de setembro

Consagrada como uma das melhores franquias futuristas de tiro em primeiro pessoa, Halo sempre nos cativou pelos tiroteios de mais alta tecnologia. Halo: Reach chama a atenção pela sua história, uma espécie de prelúdio ao original, que traz à tona os fatos que antecedem o primeiro episódio da franquia e o passado, até então desconhecido, de Master Chief, o líder dos guerreiros Spartan e principal figura da série. Toda a ambientação futurista está presente, com tiroteios tecnológicos, camuflagens ópticas, naves e veículos poderosos e uma horda de Covernants sanguinários e clamando por destruição. Mas é no multiplayer que Reach realmente brilha, permitindo a personalização das partidas e uma grande variedade de modos de jogo, pra você gastar um bom tempo online e ir além do mata-mata tradicional. E tudo isso dublado em português do Brasil, não se esqueça.


Castlevania: Lords of Shadow (X360/PS3) – 05 de outubro

Castlevania foi uma das séries que não se deu muito bem no mundo 3D. Cada novo jogo que se aventurava na terceira dimensão só decepcionava e deixava os fãs cada vez mais convencidos de que o lugar de Castlevania era no mundo 2D. Daí anunciaram Lords of Shadow. Nenhuma grande expectativa, até que o nome de Hideo Kojima, criador da série Metal Gear, foi mencionado. Um Castlevania pelas mãos de Kojima era uma ideia realmente animadora e deixou todos ansiosos. E a espera valeu a pena. Castlevania: Lords of Shadow segue a moda atual do mundo dos games e faz um prelúdio de toda a série, contando os acontecimentos que levaram ao surgimento de Conde Drácula, originando assim a guerra entre vampiros e homems. Os gráficos são espetaculares e constituem um dos games mais belos já criados. Entretanto, como nem tudo é perfeito, o problema aqui foi a falta de ideias novas. Com Kojima envolvido, e sabendo que seus games tendem a ser bastante originais, era de se esperar que o game surpreendesse com algumas novidades e ideias bem loucas, que normalmente passam pela cabeça de Kojima. Mas parece que não foi dessa vez. Mesmo assim o game não desaponta e mostra que Castlevania consegue brilhar em qualquer circunstância.


Sonic 4 (XBLA/PSN/WiiWare/iOS) – 13 de outubro

Sejamos sinceros, o ouriço da SEGA, que antes era o maior concorrente de Mario andava bem mal das pernas nos últimos anos. Seus games foram um fiasco total com controles imprecisos, histórias fracas, uma série de personagens secundários inúteis que surgiam por toda a parte e a série ainda sofria do grande mal da experimentação, em que cada novo jogo era uma incerteza e a SEGA queria sempre tentar algo diferente, que só afundava ainda mais a imagem de Sonic. Felizmente a SEGA decidiu que já era hora de ouvir os fãs e desistir de novos experimentos com o azulão. Sonic volta as origens em Sonic 4, uma continuação direta dos games originais, da década de 90, que levaram o ouriço ao sucesso imediato. Toda a evolução gráfica da atual geração foi utilizada para recriar os cenários ao estilo clássico como planícies, florestas, fábricas e bases repletas de robôs inimigos. Tudo em alta resolução e com um alto nível de nostalgia. A jogabilidade voltou ao estilo 2D, Sonic agora fica de boca fechada, nada de uma história forçada e chata só pra motivar toda a aventura e, apesar da física um pouco mal elaborada, alguns bugs irritantes e do jogo ser bem curto, Sonic 4 é, enfim, um indício de que a SEGA está chegando bem perto do game do ouriço que todos nós estamos esperamos.


Kirby’s Epic Yarn (Wii) – 17 de outubro

O herói rosado da Nintendo cansou de ficar na mesmice e também decidiu que já era hora de estrelar uma aventura com um toque de originalidade. Em Epic Yarn somos transportados para um mundo completamente feito de pano, recheado de retalhos, zíperes e linhas. O próprio Kirby foi transformado em um fio de lã rosa perdendo seus poderes de sucção. O ar agora passa por dentro de seu pequeno corpinho vazio, obrigando nosso herói a encontrar um outro meio de derrotar seus inimigos usando um chicote multi-uso, que além de atacar também serve para interagir com o cenário, abrindo zíperes, rasgando costuras e revelando passagens secretas. Toda a temática do corte e costura estão presentes e os cenários ficaram incrivelmente bem produzidos. As cores fortes e o tema alegre já são marcas registradas da série e a Nintendo deu um trato especial em Epic Yarn, que possui um dos gráficos mais belos do console atual da Big N. Kirby fez uma bela estréia no Wii e, verdade seja dita, nosso amiguinho rosado bem que merecia.


Goldeneye 007 (Wii/DS) – 02 de novembro

Como esquecer das tardes de jogatina viciante na frente do Nintendo 64 com um grupo de amigos que só queria se divertir jogando o melhor game de tiro já criado? Impossível esquecer Goldeneye 007, sucesso absoluto para o Nintendo 64 de um dos melhores filmes do agente secreto mais famoso do mundo (quem dera se todos os games baseados em filmes fossem desse naipe). E jogo bom merece um remake, refeito e atualizado para conquistar a nova geração. E foi isso que aconteceu com Goldeneye. O game foi totalmente recriado com gráficos melhorados, controles caindo como uma luva no WiiMote, suporte online e várias atualizações, mas sem perder o que lhe garantiu o sucesso há anos atrás: seu multiplayer viciante e controles perfeitos. Infelizmente Pierce Brosnan não emprestou seu rosto desta vez. No lugar do famoso ator está Daniel Craig, que encarna o papel do agente nos filmes mais atuais. Apesar de algumas mudanças, Goldeneye 007 não faz feio e cumpre com maestria a missão de se tornar um remake digno do game original, que tanto alegrou nossas tardes.


Call of Duty: Black Ops (X360/PS3/Wii/PC) – 09 de novembro

Cada novo lançamento da franquia Call of Duty traz sempre muita expectativa aos gamers. A série já se consolidou como uma das melhores quando o assunto é tiro em primeira pessoa, e não é pra menos. Black Ops continua o legado da série e traz tudo que os jogadores podem querer: uma campanha principal empolgante, jogabilidade excelente, ação intensa e um multiplayer viciante. O game desta vez te coloca nos principais cenários da Guerra Fria, como Cuba, Russia e Vietnã. Cada estágio é uma memória do personagem, que aos poucos vai se juntando e revelando toda sua história. Como era de se esperar o game não fica só no tiroteio convencional. Em Black Ops o jogador dificilmente sentirá o game ficar nas mesmice por muito tempo. Em determinado momento você participa de uma rebelião enquanto tenta fugir de uma prisão, e logo depois se encontra no meio de uma perseguição dirigindo motocicletas e atirando nos carros inimigos. No multiplayer, novas armas, mapas e opções de customização do personagem garantem que você se divirta durante horas a fio sem notar o tempo passar. Isso sem falar no modo zumbi, que traz de volta o tiroteio sem sentido que todos adoramos. Os novos mapas e mecânicas adicionam bastante ao modo multiplayer e a campanha principal intensa e cativante fazem de Call of Duty: Black Ops, um dos melhores shooters do ano.


Sonic Colors (Wii/DS) – 16 de novembro

Se Sonic 4 tentou reviver a boa fama do ouriço mais rápido do mundo dos games levando-o de volta às suas origens, Sonic Colors tenta provar que o azulão não precisa ficar preso ao passado para estrelar uma boa aventura. Esqueça o lobisomem de Unleashed, as espadas de Black Knight e toda a enrolação do game anterior. Colors vai direto ao ponto, entregando ação e velocidade com controles precisos e belos gráficos. As fases alternam entre momentos de corrida frenética bem ao estilo de Sonic Adventure 1 e 2, no Dreamcast, e a ação lateral presente nos games da década de 90 e as últimas aventuras portáteis do ouriço. O pano de fundo da aventura é um parque de diversão interplanetário criado por Eggman, mas que serve de fachada para seu plano de escravizar os extraterrestres, conhecidos como Wisp, e usar seus poderes para pôr em prática seus feitos maléficos. Claro que Sonic e Tails partem para salvar os Wisp e frustrar os planos de Eggman mais uma vez. Cenários imensos e ricos em detalhes tornam o jogo lindo visualmente e uma série de poderes novos, que cada Wisp salvo confere a Sonic sustentam uma mecânica bem interessante. No fim, Sonic Colors entrega uma experiência divertida e sem as frustrações presentes nos games anteriores da franquia, que, somado com Sonic 4, nos deixa bem otimistas quanto ao futuro do ouriço mais amado do mundo dos games.


Assassins Creed: Brotherhood (X360/PS3) – 16 de novembro

Um ano após Assassins Creed II, Brotherhood se apresenta como uma continuação não tão boa quanto seu antecessor, mas que ainda assim merece ser conferido. O game se passa logo após Assassins Creed II, quando a Villa Auditore é atacada pelo exército Borgia, e a maçã do Éden é roubada. Ezio foge para Roma, a capital dos templários, e agora, como um mestre assassino, parte em busca de vingança enquanto tenta restabelecer a irmandade e derrotar o império Borgia. O game conta com algumas novidades, como a possibilidade de montar um verdeiro exército, uma vez que agora, as pessoas que você salva se tornam tão gratas a você que decidem se unir a causa. Com isso você pode usa-los em missões, desenvolver suas habilidades e criar sua própria guilda de assassinos prontos para executar suas ordens. O Multiplayer deixou muita gente desconfiada, mas funciona muito bem e o clima constante de perseguição faz com que você fique tenso o tempo todo. A trama em sí é muito boa e será bem apreciada pelos fãs da série, mas o game peca pela falta de grandes inovações, que deixam o título um pouco aquém do esperado, mas que serve como um bom passatempo até o próximo episódio da série.


Donkey Kong Country Returns (Wii) – 21 de novembro

Os símios mais famosos do mundo dos games estavam há um bom tempo sem estrelar uma nova aventura. E os gamers estavam com saudades. O grandalhão Donkey Kong e seu fiel parceiro Diddy Kong estão de volta em Donkey Kong Country Returns, que, como o nome sugere, marca o retorno da macacada aos consoles. Diferente dos games musicais que a trupe tem encarado como o Jungle Beat, Returns traz de volta todo espirito de Country que ficou famoso na era de ouro do SNES. Você corre, rola, enfrenta os inimigos enquanto coleta bananas e quebra barris, como nos velhos tempos. Os gráficos são um show a parte enquanto as músicas revivem clássicos da série nos 16 bits em um trabalho bem parecido com o que a Nintendo fez com Super Mario Bros Wii ano passado. A dificuldade bem acima da média, presente em todos os games da série, está de volta e um pouco mais elevada, fazendo com que mesmo os mais habilidosos gastem uma boa quantidade de vidas para passar pelas fases. Donkey Kong Country Returns traz o charme da série Country adicionando boas novidades e satisfazendo os fãs, que há tempos esperavam um bom jogo dos Kongs.


Gran Turismo 5 (PS3) – 24 de novembro

Depois de muita expectativa, intermináveis adiamentos e promessas e mais promessas, eis que finalmente Gran Turismo 5 foi lançado. O quinto título da franquia de simuladores de corrida mais respeitada dos games não faz feio. Os gráficos apresentam um alto nível de detalhamento e durante diversos momentos do game é possível notar a incrível atenção aos detalhes. Dentre as novidades estão as Ferraris, que pela primeira vez estão disponíveis na franquia, além do multiplayer online. Mas alguns aspectos nunca mudam, e a física, incrivelmente fiel a realidade é uma delas. Com o slogan “O verdadeiro simulador de diversão” isso é exatamente o que Gran Turismo 5 te entrega. Se você é daqueles que adora Mario Kart e nunca usa os freios em uma corrida, saiba que vai passar mais bocados neste game, que, com uma mecânica tão próxima da realidade vai exigir paciência e destreza de quem decidir se aventurar pelas pistas. O game é megalomaníaco e você tem a disposição mais de mil carros e uma quantidade absurdamente grande de pistas disponíveis. Depois de 5 anos de espera, eis que finalmente temos Gran Turismo 5 em mãos.


Golden Sun: Dark Dawn (DS) – 29 de novembro

Dark Dawn segue a história 30 anos depois dos acontecimentos dos dois primeiros games da franquia. Com o Sol Dourado de volta ao lugar o mundo prosperou, novos países surgiram, continentes mudaram de lugar e novas áreas foram criadas. A trama segue com uma nova geração de heróis, filhos dos protagonistas dos primeiros games e a ameaça agora é um vortex de psynergy (energia mental presente nos games da franquia) que está destruindo todo esse planeta próspero. O game entrega tudo que fez o universo de Golden Sun se tornar um sucesso no Game Boy Advance: personagens carismáticos, um mundo colorido e bonito e os Djinn, as simpáticas criaturinhas mágicas que emprestam seus poderes aos heróis e lhes permite conjurar magias de todo o tipo e invocar as bestas mais poderosas do universo estão de volta. No fim Golden Sun: Dark Dawn não traz grande inovações a franquia, o que nesse caso é muito bom, pois em time que se está ganhando não se mexe, mas segue como uma bela sequência para um dos melhores RPGs da geração passada.


Epic Mickey (Wii) – 30 de novembro

Ninguém aguardava mais ansiosamente por Epic Mickey do que Warren Spector, o criador do game. Warren não só criou seu próprio hype do game, como concedia entrevistas a todos que desejassem e não se cansava de enaltecer o quão grandioso e perfeito o game seria. Nele Mickey viaja pelos cenários mais sombrios do mundo Disney, regiões habitadas por desenhos esquecidos ou rejeitados, buscando salvar esse mundo, criado inteiramente de papel e tinta, da ameaça do terrível Mancha Negra, usando para isso um pincel mágico que lhe permite alterar os cenários para completar seus objetivos e derrotar inimigos. O retorno de Mickey ao mundo dos games criou opiniões polarizadas. Se por um lado sofreu duras críticas, que chamavam o game de mediano e bem abaixo do que era de se esperar pelo hype gerado por outro alguns sites e revistas concederam notas incrivelmente altas ao jogo, destacando sua originalidade. Quando entrevistado, Warren Spector disse apreciar essa divisão de opiniões e se diz animado com isso, apesar de em certos momentos ter lançado respostas duras ao pessoal que criticou o game. Sejá lá o que ele pensa, Epic Mickey divergiu opiniões e chamou a atenção de todos, fechando nossa lista de lançamentos em 2010.



Bonus Round: Indie Games de 2010

Os indie games estão crescendo cada vez mais. Os títulos de produtoras independentes estão se tornando tão bons quanto, e em alguns casos até melhores, do que os jogos criados por grandes empresas. Em 2010 vários indie games surgiram, alguns bons, outros nem tanto. Aqui trago os 3 que merecem destaque em 2010. E aproveito para dar os parabéns as produtoras independentes. Seguir seu sonho, montar um estúdio, desenvolver um game e distribui-lo sem o apoio de ninguém é um grande feito. Os caras merecem destaque e o apoio da imprensa. E tenho dito.


Limbo (Live) – 21 de julho

O que chama a atenção em Limbo é seu visual. O estilo gráfico que se utiliza de preto, branco e tons de cinza é fantástico e, de longe, uma das ideias mais brilhantes no que diz respeito a design dos indie games lançados. Limbo é um game no estilo plataforma, com elementos de quebra-cabeças exigindo inteligência e precisão dos jogadores. O game conta a história de um garoto que segue através do Limbo em busca de sua irmã sem grandes reviravoltas e enredos complicados. O charme de Limbo não está na sua história. Os desafios merecem destaque por serem mórbidos e criativos. E como o Limbo é um lugar perigoso, é bom se preparar para estar sempre tentando ser morto por inimigos ou objetos perigosos, inteligentemente escondidos nas sombras. As mortes são um show a parte, fortes e sanguinárias, elas acontecerão com frequência enquanto você se aventura pelo game. Limbo recebeu diversos prêmios na Independent Game Festival 2010 (IGF), que ocorre na Game Developers Conference (GDC), mostrando o potêncial dos games independentes e que a criatividade ainda é importante nesta indústria.


Amnesia: The Dark Descent (PC) – 08 de setembro

Acordar desarmado e sem memória dentro de um castelo escuro e mal assombrado, tendo uma criatura assustadora lhe perseguindo e você não ter opção a não ser fugir para se manter vivo. Quantos games você conhece com essa mesma premissa? O que difere Amnesia destes outros games que surgiram na sua cabeça é a maneira como esses clichês são executados. Aqui a batalha não é para vencer o mal, mas sim para se manter vivo. Ao invés de armas e munição, o jogador deve conhecer bem o ambiente, para traçar rotas de fuga e se esconder quando encarando o inimigo. Nada de precisão e dedos rápidos, para se manter vivo em Amnesia: The Dark Descent o jogador precisa mesmo é de cérebro e muita resiliência para manter sua sanidade mental enquanto passa por maus bocados nesse castelo.


Super Meat Boy (WiiWare/Live/PC) – outubro

MeatBoy, Bandage Girl, Dr. Fetus, como um game com personagens com esses nomes pode dar errado? Não pode, e não erra. Meat Boy foi lançado primeiro em uma versão gratuita em flash, na internet e Super Meat Boy dá uma bela atualizada no seu antecessor, adicionando melhorias gráficas e sonoras sem deixar para trás a ar clássico e notálgico da aventura do pequeno pedaço de carne que deve salvar sua namorada feita de band-aid das garras do terrível Doutor Fetus. O game, ao estilo plataforma, consiste em uma série de desafios, alguns beirando o impossível, e obstáculos que exigem do jogador dedos rápidos e um excelente reflexo. Com controles simples, jogabilidade rápida e uma desafio elevado e viciante, Super Meat Boy é mais um bom motivo para você deixar o preconceito de lado e se render de uma vez por todas aos jogos indie.

***

E então, gostou dessa retrospectiva? Um pouco extensa, eu sei, mas deu pra relembrar dos lançamentos mais marcantes desse ano, não acha? E o seu game favorito está na lista? Afinal que grande lançamento marcou 2010 na sua opinião? Comenta aí, vai, eu já escrevi bastante, agora é sua vez.

Leonardo Marinho é apaixonado por games, viciado em tecnologia e apreciador de todas as formas de entretenimento. Quando possível ele tenta ser gamer, manter o Deu Tilt atualizado e levar uma vida normal. Sua consciência ainda não foi afetada pelas intempéries do tempo e ele aproveita essa façanha para redigir textos coerentes para o Deu Tilt. Ele faz o que pode…

Twitter YouTube